Tuesday 27 October 2009

"QUEM SABE FAZ A HORA..."

MUSEUMNACHT 2009 http://www.n8.nl/2009/home - em holandês

Imperdível acontecimento! Uma vez por ano diversos museus de Amsterdam abrem suas portas e seguem noite adentro, realizando uma programação diferente. Musica, filme, performance, workshops. Das 19hs às 2hs da manhã os 42 museus que participam do evento irão aquecer as noites frias do outono com muita arte rolando até a madrugada. A entrada é um ticket-comb, ou seja: entrada em todos os museus participantes + “after-parties” + transporte para os locais (tram especial, barco) e também uma entrada grátis em um dos museus participantes (data a escolher), até o final do ano.

A programação toda pode ser encontrada no site indicado acima.

TROPPEUMUSEUM (http://www.tropenmuseum.nl/ )

Linnaeusstraat 2 - 1092 CK - Amsterdam

The Dono Code – 10.09.2009 a 28.02.2010

O universo do artista Henri Dono nascido em Yogyakarta, a sul de Java em 1960. Seu trabalho reflete suas reflexões políticas a respeito da sociedade em que nasceu e viveu (e). São instalações multi- mídia.

*Post a seguir sobre a exposição.

COBRA MUSEUM (Amstelveen) http://www.cobramuseum.nl/en/home.html

Paris Central, Free City, Free Art in the Fifties - 24.10 a 17.01.2010

A exposição reúne mais de 100 obras de 33 artistas que atuaram no importante período do pós-guerra na cidade de Paris, centro efervescente da arte naquele tempo. Jean Dubuffet, Jean Fautrier, Hans Hartung, Asger Jorn, Georges Mathieu, Arnulf Rainer, Nicolas de Staël, Antoni Tàpies, Bram van Velde, são alguns artistas presentes. Uma ode a pintura lírica, "action painting", arte informal, etc.

Gijs Frieling Winner 2009 Cobra Art Prize Amstelveen Vernacular Painting - 26.09 - 29.11.2009

Gijs Frieling é um artista que vem ganhando destaque com sua pintura nos últimos anos. A instalação 'Vernacular Painting' foi pensada para o local, um "site specific" onde o artista cria ambientes como o suporte de sua arte. Também inclui réplicas de obras de René Daniëls, Philip Gustone e Donald Judd.

VAN GOGH MUSEUM

Van Gogh’s letters The artist speaks - 9.09. 2009 – 3.01.2010

Mais de 120 cartas originais (nunca antes apresentadas ao público por sua fragilidade) escritas por Van Gogh, que também foi brilhante no uso da palavra. Apresentadas com outras obras relacionadas, da coleção do Museu. O Van Gogh Museum juntamente com Huygens Institute of the Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences levaram mais de 15 anos nas pesquisas das correspondências de Van Gogh, e culminaram na publicação de seis livros em três idiomas.

Alfred Stevens - artista belga (1823-1906). Viveu e trabalhou em Paris na segunda metade do século 19. Seu tema principal foram figuras femininas. Intrigantes, distantes e misteriosas. Ao todo são 64 pinturas.

AMSTERDAMS HISTORISCH MUSEUM (http://en.ahm.nl/nl/home-ahm-en )

Nieuwezijds Voorburgwal 357

Kalverstraat 92

Coleção permanente do museu, composta de objetos, pinturas e achados arqueológicos fazem a história de Amsterdam voltar aos dias atuais.

Martin Monnickendamrecentemente o museu obteve três pinturas de um dos mais importantes pintores holandeses do período entre guerras. Foundation Friends of the Painter Martin Monnickendam ("Stichting Vrienden van de Schilder Martin Monnickendam ') doou as pinturas do Museu Histórico de Amesterdam.Outros trabalhos de Monnickendam podem ser vistos no museu.

The Sixties Now 05.09.2009 a 07.02.2010

Duas exposições com duração de seis meses e faz referência aos anos 60 com suas conturbadas e determinantes revoluções.

Theatre After Tomato e Ruigoord: Artists' Haven e Maagdenhuis Occupation '69

com fotos de Paul van Riel e Miniskirt.

Playing with sculpture – no Curtyard quatro esculturas interagem com o espaço circundante. No espaço onde crianças brincavam há séculos atrás hoje são ocupados pelas esculturas que convidam o espectador a interagir com seu lúdico e explorar todas as suas possibilidades.

FOAM (http://www.foam.nl/ )

Keizersgracht 609

1017 DS Amsterdam

Sanne Sannes (1937-1967) - Darkness & Light

Fotógrafo holandês que faleceu prematuramente aos trinta anos.

Mesmo que sua carreira não foi longa, a obra que ele construiu, no entanto, foi da melhor qualidade. Sannes teve como inspiração a mulher. A exposição no Foam é uma seção transversal deste trabalho.

DE NIEUWE KERK ( http://www.nieuwekerk.nl/nl/index.htm )

Dam Square, Amsterdam

Oman – 17.09.2009 a 18.04.2010

As exposições em De Nieuwe Kerk são sempre grandiosas e o espaço expositivo colabora e contribui. A atual exposição ressalta a visão marítima de Oman através de mapas, manuscritos, achados arqueológicos, a arquitetura das fortalezas, pratarias, armas e trajes tradicionais. Também foca no comércio através dos incensos e perfumes.

SHEPARD FAIREY - ARTE NA RUA, Em frente a Centraal Station, Amsterdam.

Paradoxos à parte, Fairey ficou conhecido como o artista que ajudou a eleger Obama, por causa da imagem de Obama que criou e foi usada na campanha, depois foi comparada à mirada de Che Guevara no famoso retrato de Alberto Korda. .

Fez parte ativa da street-art contestadora dos EUA, estudou na renomada Rhodeo Island School of Design. Agora ele volta onde tudo começou, ou seja, nas ruas. Passe em frente a Centraal Station e veja, o trabalho de Fairey está lá dando uma canja, de graça, pra ser visto pelo público. Talvez uma maneira encontrada pelo artista pra beber na fonte novamente e reenergizar seu trabalho, já que atualmente ele se tornou parte daquilo que originariamente contestou.(????)

Monday 19 October 2009

LA BAYADÉRE

Bolshoi Ballet - "La Bayadere" - Kingdom of the shades "La Bayadere" - 2007 © Marc Haegeman
For Ballet Lovers Only 2007


LA BAYADÈRE - 10 a 25 Outubro 2009 Muziektheater – Amsterdam (http://www.muziektheater.nl/english/) Waterlooplein 22
Entrada: Amstel 3 Balé em três atos e cinco cenas
Libretto: Khudenov Coreografia: Marius Petipa
Música: Ludwig Minkus Estréia mundial 23 de janeiro de 1877, no Teatro Marinsky de São Petersburgo.
La Bayadère é um balé de repertório, ou seja, através da dança, música e mímica é contada uma estória com personagens e enredo.Os mais famosos e conhecidos são:O Quebra Nozes, O Lago dos Cisnes, Giselle, Copéllia, Pássaro de Fogo, Esmeralda, Dom Quixote, etc. A estória de La Bayadère fala sobre o amor impossível entre a dançarina do templo Nikiya e um nobre guerreiro, Solor. Sobre traição e vingança. E, sobretudo da vulnerabilidade do ser humano. É um poema sobre o tempo.


Ato I - O Templo A estória começa quando o nobre guerreiro Solor, voltando de uma grande caçada, decide presentear o Rajah (Rei) com a caça. Enquanto espera seus súditos levarem o presente ao Rajah, Solor manda o faquir Magdayeva chamar a sua amada Nikiya, dançarina do templo do Rajah. Nikiya e Solor vivem um romance às escondidas, por causa das diferentes posições sociais que ocupam (a estória se passa na Índia das castas). Tomado por seu amor, no encontro com Nikiya, Solor a convida para fugirem juntos. Nikiya então faz Solor jurar seu amor diante do fogo sagrado. Esse ato para os hindus tem um significado especial de perenidade. Escondindo de ambos, o Alto Brâmane uma espécie de sacerdote, escuta a conversa dos amantes. Também apaixonado por Nikiya ele jura vingança, pois foi rejeitado por ela anteriormente.
Ato II - No Palácio do Rajah O Rajah manda chamar Solor, e em agradecimento pelo presente lhe oferece a mão de sua filha Gamzatti em casamento. Temendo ofender o Rajah por tão importante lisonja, e encantado pela beleza de Gamzatti, Solor aceita a mão dela em casamento, esquecendo por momentos sua promessa com Nikiya. Logo em seguida chega à reunião o Alto Brâmane, intencionado em contar ao Rajah sobre o amor secreto de Solor e Nikiya, na esperança de tê-la só para ele. O Rajah tomado de rancor decide acabar com a vida de Nikiya. Entretanto, Gamzatti escuta a conversa de ambos e decide chamar Nikiya para uma conversa. Na tentativa de fazê-la desistir de Solor, tenta ameaçá-la devido a sua posição social e logo depois comprá-la com jóias. Nikiya não cede e num momento de desespero agarra um punhal que se encontra por perto, e tenta sem sucesso apunhalar Gamzatti que é salva por sua aia que está presente. Ambas juram vingança. Acontece o noivado de Solor e Gamzatti, e nas comemorações entre muitas danças, Nikiya é convocada a dançar também. Na sua dança ela exprime toda a tristeza de seu coração. Quase ao final da sua apresentação, a Aia de Gamzatti lhe entrega uma cesta de flores (a mando do Rajah), dizendo ser presente de Solor. Dentro da cesta havia uma serpente que morde Nikiya. Como ela está morrendo, o Alto Brâmane se oferece para salvá-la com um antídoto para o veneno, na condição de tê-la para ele. Mas ao olhar o casal de noivos juntos, Nikiya prefere morrer. Solor se desespera em vão, impedido pelo Rajah de se aproximar de Nikiya.
Ato III - O Reino das Sombras Atormentado pelo arrependimento, ele é convidado pelo faquir a fumar ópio. Nos seus devaneios sonha com Nikiya em seu espectro que o assombra com sua aparição. Nesta cena acontece a apresentação do Reino das Sombras, um espetáculo de rara beleza dentro do roteiro do ballet. Um exemplo do que se chama "ballet blanc", onde várias bailarinas em clássicos tutus brancos desempenham com alto rigor técnico e delicadeza esta parte que é considerada por muitos críticos como uma das mais virtuosas e belas entre os Balés. Este cenário inspirou o crítico Clive Barnes em 1963 a escrever: "Se você não gosta de La Bayadère, você realmente não gostam de balé". Vários solos e pequenos grupos se apresentam e também dois "Pas de Deux” entre Nikiya e Solor. Um momento mágico da dança.
Ato IV - O Templo Quando Solor acorda, já está no dia de seu casamento, e Gamzatti está determinada a levar esse acontecimento até o fim. Perturbado com seus sonhos, Solor sente a presença etérea de Nikiya e se distrai com a miragem dela em seus devaneios mentais. Mas a celebração do casamento deve continuar e o Alto Brâmane começa a cerimônia. Nesse momento os Deuses tomados pela fúria devido aos acontecimentos e a morte de Nikiya, destroem o Templo que começa a ruir, matando todos. Agora Nikiya e Solor estão juntos novamente, unidos pela morte.
  • A palavra Bayadère faz referência a palavra bailar, que remete a dançar > dançarina. Mas é uma palavra em francês para designar: dançarina do templo indiano.
  • O drama é situado na Índia. Essa escolha por lugares exóticos pelo autor sugere a influência do Romantismo nas artes daquele período (quando o balé foi criado em 1877); também a presença de criaturas etéreas do sexo feminino, como sílfides, Willis, ninfas da água e depois cisnes, tinham muita popularidade naquela época.
  • La Bayadère é uma ponte entre a era romântica e clássica dos balés; as bailarinas usam o clássico tutu curto, mas ainda os movimentos têm algo do romântico. La Bayadère antecede os clássicos românticos.
  • Marius Petipa baseou La Bayadère nos clássicos hindus de Kalidasa, Sakuntala e The Cart Of Clay. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Kalidasa).
  • O Reino das Sombras provavelmente foi inspirado nas ilustrações de Gustav Dorè para o Paraíso de Dante (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Dor%C3%A9).
  • O Het Muziektheater tem uma agenda ininterrupta de espetáculos: balé, dança contemporânea, ópera, concertos.Vale a pena uma visita.No site tem toda a programação até 2010.Os tickets podem ser comprados pelo site (tendo um acrescimo de 2 euros, cada ticket.Também são vendidos no UitBuro (http://www.amsterdamsuitburo.nl/) na Leidseinplein, Amsterdam e no balcão do Het Muziek nos horários indicados no site.Os preços variam conforme o lugar (as cadeiras são numeradas) e o espetáculo, mas pode-se obter um bom lugar por 17 ou 20 Euros( preços mais baratos). Dica: depois que é dado o sinal de início do espetáculo e todos estiverem acomodados em seus lugares, você pode trocar o seu lugar por outro melhor, no caso do teatro não estar lotado (o que dificilmente acontece).


Tuesday 13 October 2009

In the Shadow of Things


Acontecendo no FOAM ( Museu de fotografia em Amsterdam ) diferentes exposições.
Diferentes olhares sobre o mundo. De dentro e de fora.
Das quatro exposições que vi, a que mais me tocou (profundamente) é a de Leonie Purchas.
Purchas é uma jovem artista inglesa. Graduada em história da arte, trabalhou como assistente de fotojornalismo e continuou seus estudos no London College of Communications. Ganhou diversos premios com seu trabalho.*
Desde sua formação acadêmica a artista tem centrado seu olhar sobre as complexas relações no seio das famílias. Sua pesquisa aconteceu em diferentes partes do mundo. Em diferentes famílias. Ela aborda o interelacionamento entre os indivíduos que compõe uma família.
No texto sobre a exposição há duas palavras citadas: "nurture" e "nature", significando a complexa interação entre os seres.
Observo o rico significado de ambas:
nurture - nutrição,criação, ato de educar, adestramento,criar, treinar, alimentar, nutrir
nature - natureza, índole, ser, constituição, essência
Seu interesse está em famílias incomuns, e ela se utiliza da fotografia na sua pesquisa sobre a desconstrução do mito de família perfeita.
Nos últimos anos Purchas fez séries de fotografias sobre o tema intitulado In the Family.
No trabalho apresentado por ela no FOAM, intitulado In the Shadow of things (11 Setembro a 25 Outubro 2009) ela se volta para o drama pessoal de sua própria família e suas questões são abordadas de frent e. Um mergulho nela mesma, como um espelho, através dos membros de sua família, especialmente sua mãe que sofreu de depressão e transtorno obsessivo compulsivo (Toc) durantes anos, afetando profundamene sua vida doméstica e cotidiana. A caracterização da doença (Toc) cria rituais intrincados que se manifestam através do acúmulo de objetos dentro de casa, tornando alguns cômodos intransitáveis: caixas, roupas, papéis e entulhos.
A um certo ponto a artista decide enfrentar a questão junto com a mãe e propõe ajudá-la a retomar o controle de sua vida e de sua casa. Tratar sua doença, enfim.
Purchas ajudou a mãe a limpar e reorganizar o acúmulo de coisas em casa, na condição de registrar todo o processo em imagens fotográficas, com o devido consentimento da família.
E assim o fez.
Suas imagens são íntimas, diretas e cruas. Falam de uma jornada difícil mas possível.
O percurso inicial da exposição conta com um vídeo no qual Purchas passa a limpo todo o processo dos registros feitos. São fotos nuas, sombrias e tristes....criam um clima denso e provocam um profundo pensar e sentir nossa própria condição humana. Nos vemos nas imagens como semelhantes que somos. São imagens pungentes porque reais.
Em muitos momentos tem-se a sensação de querer fugir dali, tal o peso daquelas imagens, sempre acompanhadas de sons ao fundo.
Seguindo adiante, a mostra vai costurando as imagens soltas e fazendo-se entender melhor. Registros pessoais de próprio punho da artista e imagens de seu álbum de família compõe um quadro que refaz toda a trajetória daquela estória.
Lindo, comovente e profundo. Nos faz sentir um misto de emoções, que a princípio assustam, pra logo em seguida nos encher de luz e coragem diante dos nossos próprios abismos.
"My mother has struggled with Obsessive Compulsive Disorder (OCD) for many years. The intricate rules and rituals of this illness complicate everyday domestic life so much that piles of objects: clothes, boxes and bags that forms more layers of things and create an overwhelming burden. For several months I have been trying to help my mother regain control of her life and home. Through photography I am trying to capture and express the feeling of being confronted by the mirror of myself, an experience both troubling and rewarding at the same time. The camera has been both a key and a shield, granting access to a world I thought I already knew but which continues to reveal itself." Leonie Purchas
*Purchas ganhou diversos prêmios entre eles: ‘F’ award (2008), Jerwood Photography Prize (2004) e uma Ian Parry bolsa de estudos (2003). In 2006, Purchas fez parte da Joop Swart Masterclass. Seu trabalho esteve na Sunday Times Magazine, Portfolio Magazine and Newsweek. Seu livro, In the Shadow of Things, será publicado em 2010.

Saturday 10 October 2009

alimento pra alma, acontecendo por aqui...

VAN GOGH MUSEUM ( http://www.vangoghmuseum.nl/ ) Van Gogh's Letters - The artist speaks (9 Outubro a 10 Janeiro 2010) Mais de 120 cartas originais (nunca antes apresentadas ao público por sua fragilidade) escritas por Van Gogh, que também foi brilhante no uso da palavra. Apresentadas com outras obras relacionadas, da coleção do Museu. O Van gogh Museum juntamente com Huygens Institute of the Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences levaram mais de 15 anos nas pesquisas das correspondências de Van Gogh, e culminaram na publicação de 6 livros em três idiomas. Alfred Stevens - artista belga (1823-1906) . Viveu e trabalhou em Paris na segunda metadedo século 19. Seu tema principal foram figuras femininas. Intrigantes, distantes e misteriosas. Ao todo são 64 pinturas.

RIJKSMUSEUM ( http://www.rijksmuseum.nl/ )

Highlights of the golden age - exposição permanente das obras clássicas do período mais destacado da arte holandesa. Obras como Night Watch de Rembrandt Van Rijn.
Hendrick Avercamp / The Little Ice Age - 20 de Novembro a 15 de Fevereiro 2010. Avercamp é considerado o melhor pintor holandês de paisagens invernais do século 17. Drawings by Jacob Cats (1741-1799) - 1 de Setembro a 30 de Novembro 2009. O museu adquiriu 4 exepcionais aquarelas em grande formato que estão sendo apresentadas.

HERMITAGE AMSTERDAM ( http://www.hermitage.nl/ )

At the Russian Court , Palace and protocol in the 19th century -20 de Junho a 30 de Janeiro 2009. Exposição com mais de 1800 objetos que recriam a vida na corte Russa durante o século 19, no reinado dos czares. Vestimentas, porcelanas, pinturas, objetos decorativos, fotografias, etc.

Old love, New directions / 20 years collecting for the Rembrandt House - 11 de Setembro a 29 de Novembro 2009. Uma homenagem a Ed de Heer, que se aposentou recentemente como Diretor do museu e fez importantes aquisições e mudanças no museu. São cerca de 75 obras gráficas de antigos mestres ( muitas gravuras de Rembrandt) e artistas contemporâneos.

COBRA MUSEUM (Amstelveen) ( http://www.cobra-museum.nl/en/home.html )

Cobra family -27 de Junho a 11 de Outubro 2009. Obras do acervo do museu, pinturas, filmes, fotos, expostas juntamente com trabalhos feitos pelas crianças e jovens inspirados nos trabalhos dos artistas. Lazer e diversão pra toda familia. Oficinas podem ser agendadas todo fim de semana pra crianças de todas as idades.

FOAM_FOTOGRAFIEMUSEUM EXHIBITION ( http://www.foam.nl/ )

Charlotte Dumas (Vlaardingen, 1977 )- Paradis -4 september - 22 november 2009. Fotografa netherlandesa expoe retratos de animais. PRUNE – abstracting reality - 18 September - 9 December 2009. Diversos artistas, abordam a questão entre realidade e abstração na fotografia. Leonie Purchas (1978, United Kingdom). - In the Shadow of Things 11 September - 25 October 2009. A artista explora as complexas relações familiares. Foam_3h: Saskia Dommisse - Mindscapes 11 September - 6 November 2009. Dommisse parte de paisagens reais e recompõe-as, transformando o que ela chama de "paisagens da imaginação".

HET MUZIEKTHEATER ( http://www.muziektheater.nl/english/ ) Het Nationale Ballet La bayadère - 10 a 25 de Outubro 2009 Ballet de Khudenov com música de Ludwig Minkus. Drama romântico que narra a estória do amor entre a dançarina Nikiya e o guerreiro Solor.

Monday 5 October 2009

REINVENTANDO NÓS MESMOS...

Linoleogravura -Ver e amar 2003 p.a




...falando de uma forma bastante simplificada, entendo a vida quase como uma metáfora.
Um grande espaço de aprendizado, de construção de conhecimentos e principalmente de transformações. Um fluxo permanente, onde nossas ações interferem e influenciam tudo a nossa volta. Coisas, acontecimentos e principalmente seres.
Relacionar-se com o outro talvez seja uma das possibilidades mais importantes e ricas na construção do nosso conhecimento pessoal, da nossa arquitetura interna, de entender quem realmente somos e da imensa teia que nos liga e religa uns aos outros. Um instrumento que oportuniza trocas, vivências, atritos, comparações, transformações, ressignificados na nossa maneira de ser e entender as coisas. Diz respeito não só a convivência pura e simples com o outro, mas a uma infinita gama de possibilidades afetivas, que deixam marcas indeléveis na nossa existência. De encontros, desencontros e reencontros. Com o outro e com a gente mesmo.
Relacionar-se com o outro implica primeiramente em abrir portas, deixar a luz passar e tomar o lugar das sombras. Permitir-se. Dar passagem a potenciais acontecimentos entre os seres e seus mundos tão peculiares. Para que o nosso ser possa se ligar ao outro ser e criar um campo, um território onde as afetividades possam acontecer, estar em contato, relacionar-se, conflitar-se.
Relacionar-se pressupõe trocas e essas trocas acontecem de forma positiva e negativa.
Somos seres afetivos, permeados por sentimentos de natureza diversa: ciúme, ternura, generosidade, inveja, otimismo, vaidade...
Nos manifestamos diferentemente também: carinhosos, positivos, vibrantes, amargurados, tímidos, seguros, oprimidos...
Ou um pouco de tudo isso misturado dentro cada um de nós, às vezes mais, às vezes menos...
Digo assim, porque nossa cultura cristã nos ensinou a cultivar somente sentimentos nobres, jogando para baixo do tapete aqueles sentimentos que nos fazem sentir menores, abjetos. Não aprendemos a lidar com o feio, com o lado obscuro e sombrio daquilo que sentimos. Quando nos relacionamos, inevitavelmente esses sentimentos vêem á tona, emergem das profundezas escuras da nossa mente. Encontramos espelhos por todas as partes do outro. Ora nos refletem a bela imagem do narciso, e isso nos agrada. Ora nos devolvem imagens que não gostamos de “enxergar”, nos incomodam, perturbam. Tal qual o parque de diversões da nossa infância, esses espelhos podem nos mostrar nossa imagem “deformadas”, diminuídas, alterada.
Todos nós, cedo ou tarde nos deparamos com algum sentimento indesejável. Um auto confronto necessário e ecológico. Limpar o que incomoda, reciclar e reutilizar o que pode. Jogar fora o que não serve. Rearranjar a casa interna, chacoalhar a poeira, limpar o sótão.
Enfrentar e trabalhar com todo esse conteúdo exige coragem, vontade e, sobretudo empenho e dedicação. Somos parte de um imenso ecossistema humano, em permanente fluxo e transformação.
Relacionar-se verdadeiramente é trabalhoso, exige presença e acima de tudo verdade.

Poucos estão dispostos.

Mas é preciso falar sobre isso, cutucar a ferida. É preciso pensar sobre isso.Acordar!
Urgentemente!!!

No dia a dia...

REFLETIR!

Reinventar nosso modo de estar no mundo, de refazer nossas ligações com o outro. Reorientar nossos propósitos, como seres mutantes e pensantes que somos.
É necessário APRENDER A ESCUTAR. Ao outro e a nós mesmos.
E VER também. O outro e nós mesmos.
E principalmente aprender a AMAR, que é o elo básico, que une tudo aquilo que nos faz sentir melhores.



Amst, 5 outubro 2009.