Friday 10 May 2019

DAVID HOCKNEY AND VAN GOGH: THE JOY OF NATURE







Tem algumas exposições que você sai de lá revigorada, com o coração pulsando vida, entusiasmo e alegria. Parece que todas as tuas emoções passaram pela máquina de lavar. Renovadas e purificadas, uma sensação de que tudo está no lugar certo. Mais do que isso, a experiência permanece com você durante horas e dias provocando um espécie de sopro de vida e criatividade. Da pra sentir a mão, o suor, o coração do artista vibrando em cada pincelada, em cada cor, movimento. Seu entusiasmo e impressões a cada escolha diante da tela.

A exposição do artista britânico David Hockney está acontecendo no Van Gogh Museum, em Amsterdam -  de 1 de Março a 26 de Maio 2019. Com uma seleção de cerca de 60 obras de Hockney, entre pinturas colossais, desenhos, esboços,  estudos e uma vídeo instalação. Oito pinturas e três desenhos de Van Gogh. A maior parte das obras de Hockney são paisagens criadas de 2004 a 2011 no Woldgate Woods, em East Yorkshire no norte da Inglaterra, lugar de seu nascimento.
Hockney sempre foi um admirador de Van Gogh. O  primeiro contato com sua obra foi em 1954 em Manchester, quando tinha 16 anos e acabara de começar na Escola de Artes em Bradford. Ele conta que  ficou impressionado com as pinturas de Van Gogh: "Era a cor que me fascinava, eu nunca tinha visto pinturas assim antes. Na escola de artes todos pintavam com cores acinzentadas."  
Hockney sempre assumiu a influencia de Van Gogh no seu trabalho: "Eu sou profundamente influenciado por Van Gogh, isso fica claro nessa exposicao." Mais tarde essa influencia o fez se debruçar sobra as obras de Vincent e assim buscar inspiração para seu próprio trabalho.

"Van Gogh para mim é um artista contemporâneo.  Qualquer artista que fala com voce, é um artista contemporâneo."


Muitas coisas os conectam: cores, pinceladas marcadas, o estudo da natureza, a observação perspicaz do mundo. Mas sobretudo a capacidade de enxergar a natureza nos seus mínimos detalhes, a observação de um aprendiz do mundo. Vincent desde criança viveu em contato com a natureza. Colecionava insetos, plantas, desenhos. O mundo era um vasto oceano de informacoes e ele sempre estava alerta para tudo ao seu redor.




“Quando a natureza está no auge, parece que champanhe foi derramado sobre os arbustos e está tudo borbulhando e parece maravilhoso.” David Hokney



O artista, que viveu boa parte de sua vida em Los Angeles (EUA) sempre esteve habituado com o frequente clima solar da Califórnia. Em 2002 visitando Londres na primavera, ele ficou fascinado com a mudança das estações. Decidiu retornar a Inglaterra com um projeto em mente. Entre outras coisas, porque sua mãe estava no final de sua vida e também pela doença terminal de um grande amigo. Durante esse período, que durou 9 anos,  Hockney começou uma nova etapa em seu trabalho. Percorrendo as florestas e paisagens típicas da região encontrou na natureza um motivo grandioso e abundante para criar, uma fonte inesgotável de inspiração. Ele diz: “fazer pinturas ao ar livre na natureza era como que ir ao encontro de uma nova linguagem”. 

Nesse período se reconecta com o trabalho de Van Gogh pois os dois artistas comungam o mesmo deslumbramento pela natureza, o estudo minucioso das plantas, suas texturas e cores, ritmos e movimento. O passar das estações do ano e as mudança do clima. Ele trabalha en plein air e no seu estúdio. Produz profusamente: esboços de desenhos de todos os tipos de plantas, desenhos de registros da passagem e mudança das estacoes, pinturas monumentais e pinturas no seu Ipad que posteriormente são impressas em papel em tiragem limitada.  O uso da tecnologia sempre esteve presente no trabalho de Hockney. Nos anos 60/70 ele dedicou-se a fotografia através de trabalhos de colagem com fotos. 







“Você não pode ficar entediado com a natureza, pode? Van Gogh sabia disso.”
David Hockney






Desenhos feitos no Ipad e impressos em papel. (Edição limitada)



O mundo de Hockney  revela a natureza ampliada em seus mínimos detalhes. A mata rica em texturas, o uso inusitado das cores: as estradas são cor de rosa, os troncos das árvores roxos, azuis, as poças de água prateadas. Os verdes são exuberantes, vivos. Seus olhos capturam a beleza da abundância, da exuberância e da riqueza contida nas florestas, paisagens e estações. Como se ele absorvesse a essência viva, a energia própria que emana de cada planta, de cada arvore e da passagem sucessiva de cada uma das estações do ano. 

" eu acho que esta lá (a cor) mas voce tem olhar com atenção...a cor é uma coisa muito fugidia, é fugaz na vida como nas pinturas."
Sua perspectiva distorcida – que ele chamou de  ‘perspectiva invertida’,  nos leva para dentro da paisagem.  Através da eliminação dos cânones tradicionais da perspectiva o artista amplia nossa visão e temos acesso a diferentes ângulos da mesma paisagem, alargando nosso olhar. Ele acredita que a perspectiva tradicional limita e restringe o artista. São como fronteiras que o impedem de seguir e buscar caminhos além dos já percorridos. Queremos fazer parte do mundo de Hockney, entrar naquelas paisagens e caminhar pelas estradas cheias de cor, relembrar nossos sonhos mais secretos, acordar a criança que dorme. Respirar o verde das florestas, andar sob a neve fria do inverno e sorrir. Simplesmente porque estamos em um lugar confortável e cheio de imaginação. 
Escapismo? Acredito que nao. O mundo de Hockney nos aponta uma opção. O artista, embora sonhador - porque nao? Escolhe 'ver', 'enxergar' ao invés de apenas olhar...Através do seu olhar, ele nos aponta a possibilidade de que podemos 'ver' o mundo ao nosso redor de forma diferente. Descobrirmos novas formas e padrões. Sons e imagens. O mundo pode ser vasto e rico de promessas e perspectivas que nao supúnhamos estarem bem ali, debaixo do nosso nariz.


"...e se voce nao sabe como olhar, como voce pode fazer pinturas instigantes?"
David Hockney





  


 vídeo instalação “The Four Seasons, Woldgate Woods”



Para a vídeo instalação “The Four Seasons, Woldgate Woods” (de 2010 a 2011) Hockney juntamente com sua equipe, montaram nove câmeras em um Jeep móvel para filmar simultaneamente o caminho na floresta a partir de múltiplas perspectivas. Elas são apresentadas como grupos de nove monitores em quatro paredes, cada uma apresentando a mesma visão em diferentes estações: inverno, primavera, verão ou outono. Com cada câmera apontada em uma direção ligeiramente diferente, o espectador é forçado a olhar para a cena como um composto de múltiplas perspectivas. "Eu sei que isso faz com que seja mais interessante porque você tem que olhar para cada um deles, e para fazer isso, você tem que abrir espaço em sua mente", disse Hockney.
  
Em 2001, Hockney publicou um importante livro, "Conhecimento Secreto: Redescobrindo as Técnicas Perdidas dos Antigos Mestres", que argumenta que avanços no realismo na arte ocidental não poderiam ter sido possíveis sem o uso dissimulado de espelhos, câmeras obscuras e outros. Ele cita entre outros o uso da câmera obscura por Vermeer.

 

Friday 3 May 2019




STREET ART





I love her work! just a short quote, but a huge insight about human issues #UnfukYourself - Artist: Padhia 

"Padhia is a Los Angeles-based street artist, fashion designer and writer.Her work can best be described as psychological commentary. Where most other street artists pull from external themes such as politics, pop culture, and social commentary, Padhia’s work explores the often undiscovered and obscure aspects of our interior human landscape.She is the originator of several viral movements including #UnfukYourself : be who you were before all the stuff happened that dimmed your fucking shine." (text from the artis's website #padhia) — in Los Angeles, California