Wednesday, 2 June 2010

A MINHA CIDADE, o meu lugar

                                            Kloveniersburgwal, city centre Amsterdam (10/03/2010)

A MINHA CIDADE, o meu lugar

Lugares são assim como pessoas, tem personalidade própria.
Você já parou pra imaginar se sua cidade fosse uma pessoa?!
Ela seria homem ou mulher?! Romântica, pragmática, fria ou esnobe, elegante ou casual?! Jovem ou velha?! E o clima então?!
É determinante na característica principal de um lugar, define e determina o perfil que ela tem. Cidades quentes, ensolaradas combinam com um temperamento caloroso, alegre e provocante.
Os Sentidos.
Climas frios e nublados evocam memórias, pensamentos introspectivos, virar-se pra dentro, um certo romantismo no ar.
O Intelecto.
Sempre que conheço uma cidade diferente fico tentando imaginar como ela seria "personificada de gente", qual o seu jeito, sua idade, seu estilo, se ela fala alto ou sussurra, canta e é feliz, ou triste e saudosa... É uma brincadeira interessante, e ás vezes nos surpreendemos com revelações que passariam despercebidas num olhar desatento.
Acredito que por isso gostamos mais ou menos de determinadas cidades, não exatamente pelas suas feições físicas ou pelo que elas têm a nos oferecer ou não. Temos mais afinidades com umas menos proximidade com outras. Do mesmo jeito que com pessoas.
Eu prefiro o inverno, por isso amo lugares frios. Consequentemente amo minha cidade.
E digo assim, minha cidade pra indicar que essa é a maneira como meus olhos a vêem.
UM olhar, e apenas um dentre milhares de outros. Afinal o meu lugar no mundo é no centro de mim mesma (ou pelo menos é como deveria ser...).
Imagino que se ela fosse pessoa, seria uma jovem mulher, independente, dona de seu próprio nariz, com idéias muito próprias, uma pessoa autêntica e acima de tudo muito tolerante.
Feliz e de bem com tudo e todos. Seu lema seria: Vive e deixe viver!
Mesmo nos seus dias mais nublados e chuvosos é cheia de surpresas a cada esquina. Sempre generosa a oferecer seus braços abertos a todos que a procuram.  Ahhhh...Amsterdam, cidade libertária por excelência, berço da contracultura. Segundo Matteo Guarnaccia que escreveu Provos - Amsterdam e o Nascimento da Contracultura, aqui nasceu o gérmen do movimento que depois influenciou beatniks e hippies da América. Os Provos foram jovens libertários que através de provocações instigaram mudanças, desorganizando a vida da sociedade local, instigando a mudança de hábitos, atitudes e costumes. Mas esse assunto dá post pra outra hora.
As cidades tem alma e os países também, de uma forma mais generalizada. Sua história fica impregnada na arquitetura, nos muros, monumentos e ruas com toda a gama de experiências pelas quais passaram. Andar pelas ruas de uma cidade olhando calmamente suas casas, prédios e arquitetura nos mostra um pouco do modo de ser daqueles habitantes. Como sentem, como pensam e vivem suas vidas. Sentir os cheiros da cidade, suas cores, seu padrão e a organização presente (ou a falta dela) nos possibilita apreender e aprender um pouco mais daquele lugar.
Como é interessante perceber no jeito de ser de seus habitantes de seu povo, no caráter nacional, todo o teor dos acontecimentos de seu passado: a Holanda e sua luta contra as águas marcou o caráter extremamente pragmático e organizado dos holandeses; Itália e a influência dos etruscos, gregos e romanos. Sua história medieval de disputas acirradas entre reinos os tornaram um povo altivo. E o que dizer do povo brasileiro e suas misturas: escravos negros+ indígenas+imigrantes europeus.Um mix de ginga, alegria e perseverança, só pra começar.
E viva as diferenças! Se somos todos iguais perante nossa condição humana, nossa história e o lugar onde nascemos, crescemos e vivemos nos torna tão singularmente diferentes e tão complementares porque não!?

7 comments:

  1. Adorei seu texto, Monica. Vou começara fazer essa brincadeira!! beijossssss, Fabi

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  2. Obrigada pelo recado Fabi!
    experimente, é divertido...rsss
    bj

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  3. Milene12:09 pm

    Mocaaa....

    Concordo plenamente com vc.. A'dam seria uma mulher, cheia de charme, carisma, intelecta, alegre, receptiva e acima de td livre de preconceitos!!!! É assim que a vejo e não me canso de dizer que fui e sou fascinada por esse país.
    País tão pequeno geograficamente mas tão grandioso e sem limites para te oferecer, basta vc estar disposto.
    Querida adoro seus post... me faz um bem le-los.
    Ik houd van A'dam en alles nederlands mensen!!!
    Kusses en Tot Zo!!!

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  4. Mi, brigada pelo comentario!!!
    Sabe, acho que temos uma paixão em comum...hehehe
    Acho que A'dam é o lugar mais encantador que já conheci e vivi, se pudesse viveria aqui pra sempre!!!
    beijos linda,

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  5. Monica, como não conheço A'dam, confesso que teu olhar e sensibilidade me deixaram com água na boca pra conhecer!!
    A nossa casa é onde a gente está !!

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  6. Sil,A'dam é linda mesmo!!! feita na medida pra nós artistas,
    parece que sempre vivi aqui tamanha afinidade que sinto pela cidade,
    Venha nos visitar...
    beijos mil, obrigada pelo recado

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  7. Compartilho do mesmo sentimento de Sil em relação à A'dam.
    Aqui, a city parece um velho caduco, preconceituoso e oportunista, mas o clima... o considero perfeito: 4 meses de grande calor e o restante indo de fresquinho ao frio de geada (0 a -2º C)... muito sol (mesmo no inverno), céu aberto e prainhas. A música, em geral, é meio complicada, tem q se selecionar algo interessante e colocar um headphone - como nesse momento, pra não ouvir os carros passantes e não surtar. Cada cidade tem sua gente com sua personalidade que consolidam um jeito de ser e de agir em comum, dando um aspecto peculiar a cada uma delas... diria que no Brasil, cada região constitui um aspecto próprio, ligado apenas pela língua - ainda. Vivi em 3 lugares bem diferentes um dos outros... região norte: seus aspectos singulares de paisagem naturalmente selvagem e encantadora pelo azul de suas matas, rios turbulentos e montanhas rochosas e povo capitalista e massacrador de qualquer tipo de cultura; Sul, com suas acentuadas e discrepantes diferenças sociais e discriminatórias - falo de Foz do Iguaçu, cidade intensamente cosmopolita recheada de capitalistas dispostos a sacrificar tudo pelo status burguês-agricultor-explorador de países vizinhos como Paraguay e Argentina.
    Curitiba que, para mim, significa muito pelos amigos que lá tenho, que lá sintonizei, pela vida libertária e inspiradora que a cidade me proporcionou... apesar de suas velhas amarras ao puritanismo de suas senhoras candidatas a européias de imaginação com seus colares de pérolas vencidos! Mas foi uma cidade que me proporcionou levitar, experimentar um pouco do gosto de se apreciar uma música clássica - mesmo que tocada porcamente, comparada à outras orquestras - museus de qualidade, gente que vive de e pela arte... são poucos os sinceros e verdadeiros, mas valem muito! Foz, já disse como seria em pessoa. Curita, para mim, é uma senhora desmanchando em plumas francesas e colares antiquários se desfazendo, véus se rasgando e antigas palmeiras imperiais vindo ao chão - apesar de tudo...- ainda terei a oportunidade de viver em uma cidade que entre em total sintonia com meu cerne. Nossa! quase tive um treco agora, a cachorrinha da vizinha entrou aqui em casa e pulou no meu colo...hehehehe
    Beijosss e obrigado pelo post. Saúde a todos aí na casa!

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