por falar em livros...
porque a leitura é tão importante,
Contar histórias ou ouvi-las faz parte
da nossa natureza, um sentimento de pertencimento que mora num lugar longínquo
bem dentro do peito de cada um. Aquela parte lúdica, poética e lírica que existe
a despeito das hostilidades do mundo. Se permitirmos estará sempre alerta.
Infinitas contações de histórias estão
registradas nos nossos genes, atravessaram o tempo e trouxeram consigo terras
distantes, povos exóticos, casos intrigantes, nobres e pagãos,
seres fantásticos e mundos maravilhosos. Desde tempos remotos quando nos
descobrimos gregários, sociais e comunicantes e nos demos conta da
necessidade que temos uns dos outros a contação de histórias esta presente na
nossa própria Historia.
No começo a tradição oral de passar o
conhecimento para as gerações posteriores era necessidade vital, a segurança da
sobrevivência no nosso árido planetinha. Uma certa garantia de permanência...
Mais tarde descobrimos as letras e um
mundo cheio de promessas e possibilidades se abriu diante de nossos olhos e da
nossa imaginação. Nasceram os livros, no início feitos de materiais orgânicos
como couro de animais, folhas de plantas ou ate mesmo a pedra serviram de
suporte para os registros, garantindo nossa ânsia por comunicação – as Cavernas
Rupestres e o Código de Hamurabi são exemplos.
Mais tarde veio o papel e os livros
ganharam o mundo. Rapidamente caíram nas estradas espalhando o saber e o
conhecimento. Atravessando mares e fronteiras, chegando às mãos de todo aquele
que tivesse a curiosidade à flor da pele. Então ficou mais fácil entender o
lugar onde vivíamos e como as coisas funcionavam nesse lugar. Paradigmas foram
quebrados, alguns mitos derrubados e o medo deu lugar à razão. Uma nova era foi
inaugurada expandindo o conhecimento e ultrapassando as fronteiras ate então
estabelecidas - externas e internas. Nascia o tempo do saber.
A leitura e a literatura são uma
grande aventura humana, isso nos diferencia dos demais seres com quem dividimos
o mesmo espaço chamado Planeta Terra. Somos pensantes, lúdicos,
imaginativos, criativos e criadores. Através dos livros descobrimos a nós
mesmos e o outro. Angústias, medos, inquietações e questionamentos. Sentimentos
que são compartilhados por todos nós que aqui estamos, vivendo a grande jornada
dessa incógnita chamada vida.
Pelos livros entramos em contato com
mundos distantes. Nossa vida cotidiana se transforma em palco e teatro, cidades
medievais, campos de batalha, lares desconhecidos, mares sem fim. Vivemos vidas
alheias, incorporamos emoções que não são nossas mas mesmo assim nos
reconhecemos nelas, lutamos contra nossos piores inimigos, enfrentamos medo,
dor, tristezas e alegrias, sucessos e fracassos. Sem ao menos sair de casa.
Voamos rumo ao desconhecido deitados no sofá da sala, recostados na poltrona
quente e acolhedora do quarto de dormir.
Ah! as palavras…nos levam numa
viagem sem fim, num fluxo intermitente de novas idéias, umas engatadas nas
outras. Provocando e instigando mais pensamentos, sempre indo além e
aquém de nos mesmos. A boa leitura nos fornece subsídios para termos nossas
próprias opiniões. Aprendemos a comparar, discernir, investigar, aprofundar os
questionamentos e entrar em contato com o desconhecido. Avaliar nossas próprias
idéias confrontá-las, provocando mudanças dentro do nosso modo de ver, pensar e
viver. Através da leitura e da reflexão que ela promove aprendemos a nos
conhecermos mais e melhor. Aprendemos a aprimorar nosso modo de relacionar com
o outro e com o mundo
Por isso e por muitas outras coisas a
leitura é tão importante. O hábito da leitura é antes de mais nada uma paixão,
um gosto pessoal. Mas isso não exclui a possibilidade de se aprender a gostar
de ler. O hábito da leitura é também um exercício de experimentações. Tentativas
no caminho até encontrar o seu jeito, o seu estilo de leitura, o(s) seu(s)
autor(res) preferido(s).
Em tempos em que a permanência dos
livros versus a supremacia dos computadores se transforma em
assunto polêmico e cotidiano, nos faz pensar na mágica da leitura.
Apesar de adorar os livros de papel, não acho a questão tão relevante. Afinal,
para quem ama a louca aventura de viajar através das palavras, das linhas de um
livro jamais vai deixar de amar o exercício de fazê-lo não importa o meio usado
para isso.
Adam, 3 de marco 2012.
No comments:
Post a Comment